domingo, 2 de agosto de 2009

Homenagem necessária aos padres palotinos e à Nossa Senhora


HOMENAGEM NECESSÁRIA AOS PADRES PALOTINOS



Ao descortinar os séculos XVIII e XIX, no seu contexto social e político, é fácil perceber que nem a Igreja e nem os chamados líderes da época estavam dispostos a aceitar essa nova maneira de tratar os leigos como seus iguais e cooperadores, em prol do renascimento da evangelização. Tanto que não encontramos dados que demonstrem que Pallotti, enquanto vivo, tenha conseguido, apesar de algumas pequenas vitórias, alcançar seus objetivos. Muitos foram os fracassos e por muito pouco a Sociedade do Apostolado Católico (SAC) não se desintegrou por completo, ganhando vida somente no final do século XIX e início do XX. Ela se manteve graças à fibra dos seus adeptos e da graça do Espírito Santo.
Frente a este quadro, seria de imaginar se os novos representantes do clero, formados pela SAC, estariam imbuídos e teriam a consciência do intuito de Vicente Pallotti. Mais necessariamente se eles saberiam como colocar em prática essas idéias. Percebe-se que nossas interrogações encontram respostas nas andanças do Pe. Carlos Probst. Ele foi o Vicente Pallotti aqui no Norte do Paraná e tem mais: foi um bandeirante que não procurava ouro e nem mão-de-obra indígena. Foi um apóstolo de Deus.
O Norte do Paraná, no princípio da colonização, era carente de tudo, não havia estradas, médicos ou escolas. A vida era difícil para todos. Os padres que lá se encontravam tinham como objetivo aliviar uma das carências desse povo: a espiritual. Acompanhando as aventuras de “nosso amigo” Pe. Probst, vê-se que a prática é reconhecida no momento em que esses homens, representantes da Igreja, andaram em lombo de mulas, enfrentando todo o tipo de adversidade, tempo, animais, homens e outras dificuldades, portanto, foram antes de tudo pessoas fortes e admiráveis pela sua coragem. Também não se pode deixar de avaliar de que um dos objetivos, como dito antes, não foi esquecido, o de levar a Igreja aos fiéis. Para o bom cristão e intérprete das pegadas de Cristo, ficou evidente que os fiéis (leigos) trabalharam em parceria com o clero (Padres Palotinos) no Norte do Paraná, entre 1920 a 1940. Embora os palotinos tenham desenvolvido um estilo de vida muito próximo da vida de um convento, tendo em vista sua auto-suficiência, eles saíram fora das quatro paredes de sua clausura para realizar os reais motivos que Vicente Pallotti deixou como sendo suas boas intenções, ou seja, que as tarefas religiosas das comunidades não ficassem somente a cargo do sacerdote (NARDINI, 2002).
NOSSA SENHORA APARECIDA E AS VÁRIAS NOSSAS SENHORAS.
Cada vez que se adentra a igreja matriz Nossa Senhora Aparecida de Mandaguari, observa-se que este monumento porta a História de nosso povo. Ali estão as lembranças e as graças recebidas por todas as missas e liturgias celebradas – registra-se “a primeira missa rezada, em 6 de janeiro de 1939 pelo Pe José Kandziora na capelinha de Lovat” (PROBST, s/d), bem como a última missa ou simplesmente o último momento em que se permanece no interior desta igreja contemplando a Jesus e sua Mãe. Confessa-se que a pessoa piedosa observa atentamente a Nossa Senhora da nave central e pode ver nela uma enorme leveza que expressa a graça, o perdão, a harmonia, a paz, a luz, o entendimento, a sabedoria e tantas maravilhas que transcendem a sua humilde vida terrena – os sacramentos, do Batismo à Unção dos Enfermos, são derramados pelas mãos da Virgem Imaculada da Conceição Aparecida. Pelo Clero que severamente veio dirigindo nossa gente, desde a condição de capela, através do Vigário de Arapongas, Pe. Bernardo Merkel (PROBST, s/d), no período de 1938 a 18 de dezembro de 1943. Nesta data, o povo de Deus de Mandaguari passou da condição de capela para paróquia. Muitos líderes religiosos foram postos aqui pela Congregação dos Padres Palotinos, começando em 17 de março de 1944, com o Padre Antonio Lock e que tem a sagrada continuidade ministerial com o então Padre Antonio Radigondas – 2009. A Mãe Aparecida é a imagem e semelhança de uma mulher grávida, prestes a dar à luz ao filho Jesus, esta continua a proteger seus filhos e a pisar forte para que o dragão não devore os bons propósitos dos filhos que estão surgindo.
A visão da Mulher e do Dragão que é posta na nave da igreja Nossa Senhora Aparecida é muito forte. A mulher vem de uma outra dimensão e se apresenta como quem vem para delegar ordens e ao mesmo tempo cumprir uma missão. A cada vez que um filho de Deus a observa, procura ver algo a mais, além da aparência da imagem refletida nos pequenos mosaicos. Os que rezam, prostrados piedosamente diante dela, ela reza com eles, ilumina seus pensamentos e os enche de uma coragem que eles não encontram em outro lugar e objeto. Para perceber melhor o quadro posto a nossos olhos, podemos encontrá-lo no livro de Apocalipse. O autor sagrado extraiu de forma profética, real e muito segura para os que têm fé, aquilo que se vê apenas de forma imaginária:
Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar a luz. Apareceu então outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e sobre as cabeças sete diademas; sua cauda arrastava um terço das estrelas do céu, lançando-as para a terra. O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar a luz, a fim de lhe devorar o filho, tão logo nascesse. Ela deu à luz um filho, um varão, que irá reger todas as nações com um cetro de ferro. Seu filho, porém, foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono, e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe havia preparado um lugar em que fosse alimentada por 1260 dias (BIBLIA DE JERUSALÉM, Ap 12, 1-6).
O autor de Apocalipse continua a narrar o fato e afirma que Miguel Arcanjo e seus anjos guerrearam contra o Dragão. Apesar da fortaleza do Dragão e da astúcia de seus anjos, eles foram derrotados, de tal forma a serem expulsos do céu. Este dragão é a antiga serpente, o Diabo, Satanás, Demônio ou tentação do povo – foram expulsos e vieram habitar a terra. Depois da expulsão do dragão e de seus anjos, a salvação, a realeza de Deus e a autoridade de Cristo confortam a todos os irmãos. Apesar de a salvação aí estar e de a Mulher – nossa Mãe nos proteger sempre – o Dragão continua então “a guerrear contra o resto de seus descendentes, os que observam os mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus” (BIBLIA DE JERUSALÉM, Ap 12, 1-6). Os que crêem no sangue do Cordeiro e na palavra de seu testemunho, desprezam a própria vida até à morte e vivem em efervescente alegria – como se tudo fosse uma interminável liturgia – sem lugar e ocasião para recriar o ódio e reviver o Dragão e seus anjos.
A Igreja Universal que ora é pensada – figurada na Mulher celestial que os cristãos católicos reverenciam e que está grávida do Filho de Deus é a nossa mãe – nada mais é que a nossa sociedade particularizada na Matriz Nossa Senhora Aparecida de Mandaguari.
A instituição a que se faz referência, não é uma igreja imaginária – por excelência espiritualizada e convertida, transformada em seus modos de se apresentar e de agir – porque seus participantes estão em um mundo material e por sinal constituído por homens e mulheres que alimentam desejos e ainda não aprenderam a crer e a ouvir a voz verdadeira que vem do céu e que proclama: “Agora realizou-se a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo: porque foi expulso o acusador dos nossos irmãos” (BIBLIA DE JERUSALÉM, Ap 12, 1-6).
Os cristãos que amam Maria começam a compreender que existe uma ligação muito forte da realidade profetizada em o Apocalipse com a sensibilidade cristã dos colonizadores que vararam o sertão paranaense e de Londrina miraram sem vacilo o local que ora é imortalizado para o culto divino da Mãe Aparecida. O espaço desta igreja não é um lugar qualquer – o profano -, mas sim o lugar do sagrado, ora defendido pelos herdeiros da Mandaguari convertida.
Os pesquisadores marianos ensinam que Maria é venerada porque se fez a humilde serva do Senhor e por isso é cultuada no mundo inteiro com os mais diferentes nomes que os seus admiradores lhe conferem. Através de nossassenhoras. Sites.uol.com.br, aprende-se muito e pode-se venerar Maria, através de suas expressões culturais. Maria, segundo a
Bíblia, é a mãe de Jesus Cristo. A fonte para o conhecimento da Virgem Maria é o Novo Testamento (Evangelhos, Atos dos Apóstolos e carta aos Gálatas), que traz seu nome na forma grega, Marían, correspondente ao hebraico Miryam, cujo significado é incerto. Encontra-se maior número de informações a seu respeito nos evangelhos de Lucas e Mateus, que dedicaram mais espaço à infância de Jesus. Além dos dados, na verdade escassos, fornecidos pelos Evangelhos, a tradição cristã extraiu outros dos Evangelhos apócrifos, por exemplo, os referentes à infância de Jesus.
O Novo Testamento ensina que Maria era uma mulher humilde do povo hebreu. Era uma pessoa concreta, historicamente verossímil e longe de ser uma invenção fantasiosa. Os dados estritamente biográficos derivados desse texto dizem que era uma jovem de bela estatura. Nasceu provavelmente em
Jerusalém, casou-se com José que era pertencente à tribo de Judá e descendente do Rei David, passando a morar em Nazaré, uma aldeia da Galileia, da qual saiu para submeter-se ao recenseamento em Belém, por ser esta, a terra de seu esposo José.
Na época de
Herodes, conforme as profecias bíblicas, deu à luz um menino, que foi chamado de Jesus. Devido à tirania do rei Herodes, Deus deu ordem, por intermédio de um anjo, a José, mandando que ele, Maria e o menino fossem primeiro para o Egito e depois procurassem refúgio em Nazaré. De acordo com a tradição, os seus pais foram Joaquim e Ana. O lugar que Maria ocupa na Bíblia é discreto: ela está totalmente em função de Cristo e não por si mesma. Contudo, os dados que as Sagradas Escrituras nos fornecem garantem que Maria era a virgem que gerou o Salvador Jesus Cristo.
Nossa Senhora é um Título dado pela Igreja Católica a Maria, mãe de Jesus Cristo. De acordo com a tradição católica, a Senhora concebeu sem pecado, tendo permanecido sempre virgem.
Em todos os países católicos registra-se grande devoção pela mãe de Jesus. No
Brasil,, essa devoção, é expressa em grandes tradições como a de Nossa Senhora de Nazaré na região Norte, e a de Nossa Senhora de Aparecida, no Sudeste. Nossa Senhora Aparecida, quando da Revolução de 1930, foi proclamada nesse mesmo ano como Rainha e Padroeira do Brasil, na presença de autoridades eclesiásticas e do então presidente Getúlio Vargas. Para incentivar a sua devoção, na década de 1950 foi inaugurada a Rádio Aparecida, em 1999 foi instituída a Campanha dos Devotos e, no dia 8 de Setembro de 2005, inaugurou-se a TV Aparecida.
Assim como nas igrejas orientais, ortodoxas ou não, no
catolicismo romano, Maria é venerada (culto de hiperdúlia) sob inúmeros epítetos que serão destacados a seguir.

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