terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Sombra do passado

dema

Véu de negras nuvens
cobre a visão das estrelas,
faz escuro o céu,
sombra de amor passado
a deprimir minh’alma.
Mil toneladas de rocha
esmagam-me o peito,
impedem o respirar.
Sentir obnubilante do meu querer,
em zigue-zague célere,
arrasta a vida para a morte.
Nenhum vislumbre,
sequer adeus,
tão só a tumba,
eterno leito.
Não sou mais
que um vento ruim a soprar.


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domingo, 14 de dezembro de 2014

Receio

dema


Eu tomaria um vinho com você,
no entanto, morrendo de medo de me apaixonar,
pois seu jeito de sorver,
com o olhar,
o néctar de meu ser
liquidifica o pétreo coração,
desnudo de amar.
Pelos poros,
pelos pelos,
sem mas ou porém,
receio entregar-me todo
antes mesmo de dizer amém.



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Shadows of the past

dema


While covering the sight of stars,
a shroud of black clouds
has done dark the sky,
shadows of a past love
laying my soul down.
A thousand-ton stone crushing my chest,
I can't breathe.
Feelings take my will over
and lead my living crawling fast
on twisted way to the death.
No more bid,
neither bye,
just a grave,
eternal bed.
I feel myself
(like) a bad wind
passing by.


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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

PORTA-RETRATO

dema

Por covardia do destino,
quebrou-se o porta-retrato de cabeceira,
pulverizando, inexplicavelmente,
doce lembrança de um amor passado:
alma morta para a eternidade.


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Prudência imprudente

dema

Ignota sorte futura,
mui cauta, veio a prudência,
fincada em sua postura,
no entanto, sem competência,
da propriedade de alguém
fez dois amores roubados
e qual “terra de ninguém”
três corações registrados.
Ali floresce amargura,
frondosa vive a saudade,
essa inóspita cultura,
jamais viu felicidade.
Em coração não se manda,
mesmo  quem o traz no peito,
se a paixão chega, respeito,
pois dela será o comando.
Portanto, quando o amor brota,
não pode ser impedido;
vive o papel de idiota
quem assim tiver agido.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Imutável

dema


Alma eterna,
não adulterada pela vida-quimera,
laboriosa, amarga, sofrida,
a iluminar a face envelhecida,
no palpitar coração de intenso amor,
vivificando pétalas descoradas de uma flor
que me sorri
em saudação de paz.
Meu doce e velho colibri,
quanto me apraz!
Acalma voluptuosas saudades
da impetuosa juventude,
inda presentes na senectude,
porém, sem qualquer maldade!
Alma gentil,
que ao partir,
meu coração partira.
Como névoa, esvaiu-se.
— Alma eterna,
faz-me degustar o eviterno
inocente quindim,
o que de ti resta em mim!

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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Gotas poéticas 2014

(encerrando)
dema


Hoje, vinte e sete do onze,
posto novembro lembre o nove,
já se escuta o tanger do bronze,
melodia que nos comove.

Uma novena de saraus:
recitais de intensa alegria,
fartura de prosa e poesia,
e, não tarda, chega o natal.

Aplausos aos versos e ao canto.
Mancheia de gotas poéticas,
nem sempre com rima ou com métrica,
porém, rega risos e pranto,
e ao fino sabor da estética,
suscita o prazer e o encanto
nas almas seletas ecléticas.

Mil vivas com palmas e louros
aos poetas e prosadores;
a quem promove esses eventos
sinceros agradecimentos.

Ao que só de ouvir ‘stá contente,
se tira, em respeito, o chapéu.
Seu deleite, quando aparente,
ao recitante vale um troféu.

Querida e distinta plateia,
pra fechar com clave de ouro,
convite, pro ano vindouro:
seguir nossa Assis-odisseia.

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tobogã


dema

A vida desliza no tempo,
vai brincando de tobogã.
Tão veloz quanto o pensamento,
funde o hoje com o amanhã.
Quando menos então se espera,
tem-se, já, por completo o ciclo
(o efêmero se desespera
e termina pagando mico).
Pisa o doze o ponteiro grande,
Persegue, o fim, ao recomeço,
relançar-se qual bumerangue,
porém, outro é seu endereço.
A vida desliza no tempo,
tão veloz quanto o pensamento.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Arranjo


Raquel Ordones, minha amiga, leu "Conjecturas Poéticas", e decidiu fazer-me uma homenagem. Dedicou parte de seu tempo a redigir um texto, cujo gênero não se dispôs a definir, consturando, nele, com recheios de sua mente, todos os títulos de poemas que integram essa obra. Só consigo entender essa oferta como fruto de amizade e consideração por minha pessoa. Assim, publicamente, externo a ela minha gratidão, ao mesmo tempo em que lhe desejo sucesso com sua prolífera capacidade de produzir poesia. Muito obrigado,Raquel, e meu abraço. Assim escreveu:

Bom dia Ademar,

Li cada palavra do seu livro e ouvi também
Ousei escrever, não chega a ser uma resenha, é um texto que ainda não sei dar um nome.
Foi escrito com cada um dos títulos contidos em conjecturas poéticas... Espero que goste!

Bom demais ler-te. Parabéns!
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Conjecturas Poéticas

“Meus poemas” expus na “lacuna” dessa obra, são meus profundos sentimentos em meio a “tábula rasa” misturadas as “conjecturas” de mim.
Minha imaginação em seu “enlevo” se mostra em “peleja de pelo e pena” fazendo-se a mais sincera inspiração em sua “legitima defesa”.
Nesse meu alento em viagem pelas nuvens vejo a “ovelhinha desgarrada” que tenta ver a orquídea desabrochar a segunda flor e as minhas “lembranças abstratas” se mesclam a isso.
Começo então a descrever o que me ronda com os seguintes dizeres: “hoje eu queria...” e dentro de mim há uma “súplica” gigantesca tentando impedir a “morte ao mediano”, pois sei que a angustia e o medo são os “dois males terrenos” que em “dúplice” força faz de tudo para que a “confiança” desista.
Então prossigo, há tantas páginas em branco a serem preenchidas, não posso me tornar “vate confuso”, há um mundo lá fora com fome de leitura e não posso me deixar abater pela “inveja” dos obstáculos.
A minha imaginação eclética desfoca e capta os mais variados temas e os faz motes.
As palavras passeiam em mim tornando se versos do meu intimo...
— “vaidade feminina?”
— Não, é que procuro sempre ouvir os “simples conselhos” do meu coração que de “saudade e lembrança” me deixa escorrer “sem escape” a sua essência.
A minha mente fervilha e quase chego a acreditar no “paradoxo”, há um vídeo tape rodando incessantemente, onde rapidamente vejo “trevas e luz”, “belo e triste” e “talvez” tudo seja “utopia vã” penso estar em “outro orbe”.
Mas a poesia em mim é ato “rotineiro” que quase me sufoca com essa “cambada” de versos
que fazem em meu ser essa “politicalha” poética.
E compondo, me torno tão eu que tenho “l’arachide” de nós, eu e meus pensamentos nos tornamos uma “tromba d’água” de escritos, onde posso ver Poseidon a sacudir a ilha e o meu pensamento grita: “ai de ti, Haiti” sentindo-me Ex-lugo.
O percurso poético está quase à metade, mas há outra metade vazia e a “sádica lua” debocha de mim escondendo-se por entre nuvens, ofuscando a “herança em retrato” que guardo de “dona Leda” que me ensinou o bê-á-bá.
Não sei se posso adjetivar meu escrito de “poema lindo”, mas sei que é, parto de mim, resultado de um passado fértil talvez com alguns sintomas de “malfadada utopia”.
“Se soubesse” desse barulho que me atrapalha agora teria escrito no ato das minhas “labaredas” e não seria agora essa “estrela errante” tentando colocar no papel algo que quis se perder “com o tempo”.
Eu amo tudo isso, “é preciso amar” e quero amar com toda a força do amor, talvez algum dia eu pense : “quando o amor se foi” e é por isso que não quero ter comigo esse “contrato”, só quero amar no livre do agora, é que sei que nalgum lugar a culpa “pretendera” culpar-me em sua ilusão; porém confio piamente no “ébano olhar” do amor e faço minhas “confidências” sem nenhum medo do “prenuncio de açoite”.
O meu “sonhado amor” aqui também escrevo, é essencial que o faça, pois “coisas do amor” é vida, simples assim. Sei que há outros sentimentos que virão de encontro, mas o amor é imbatível e não há “duplo desprezo” que roube seu poder.
Nas noites de inverno, manhãs de primavera, tardes de verão,”folhas de outono” lá estará ele, sempre “à espreita” e quem tem o brilho de viver o verá explicito em sua frente e onde a solidão tenta penetrar, talvez sentirá “lá longe, o amor”, por ter se permitido essa “velha inquilina” que pinta “ilusão”, “donde a tristeza” faz o coração em “fragmento” roubando a “volúpia” e matando o desejo ora existente em “tua geografia” tornando o terreno da tua tez insensível.
E nessa minha “eroscracia mental” “erótica” há gritos soprados por um “vento safado” que agora, “às dezesseis e trinta...” ele se faz presente tocando “aeternitas” quase arrancando de mim gemidos e isso não sai da poesia, porque poesia é liberdade é o “transcendental” da mente, inda que seja “mais irônico do que fúnebre”.
Já viro a curva onde me mostra a ultima página deste, não consigo ver o que lá está escrito, mas já te digo; é que esse meu “sidéreo lado”, nesse mundo fantástico da poesia às vezes me pego “brincando de dum-dum” numa “esperada chuva” de leituras, onde também espero uma única palavra que seja de retorno, mesmo “sem saber” se boa ou ruim, mas espero.
Essa palavra, se boa, será a recompensa desse meu escrever, se ruim, entenderei; é não existe o cem por cento, e que agradar a todos é tolice.
Lá no início “inda vejo” “meus poemas” na primeira página, os escrevi no “silêncio noturno”, agora o sol já tem presença perto do céu e todo o vazio do branco foi preenchido com meu escrito, não vejo motivos para lê-los “quando eu morrer.”


ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 09/11/14

sábado, 8 de novembro de 2014

Sem inveja de mim


dema


Perdido em mim mesmo,
não quero vivalma.
Às vezes, arraso,
mor doutras, calma;
mas não vivo a esmo,
mui menos atraso.
Quiçá eu me achara,
tal como ninguém,
então, cara a cara,
se a vida me encara,
encaro-a também.
De quais seus limites
só ela os sabe,
pois que dos meus
é o gume do sabre
a cortar os palpites
sem sequer adeus.
Sou meu próprio dono,
plantado na terra,
com ódio de guerra;
sou filho de Deus,
não sinto abandono.
Levo a vida assim.
Jamais aconselho
ao pior dos fedelhos
inveja de mim.
Meu viver,
amar e sofrer,
meu querer.

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sábado, 1 de novembro de 2014

Incógnita?


dema




Que gosto sente a palmeira, ao relento,
com seu balançar pela força do vento?

Fico a pensar, quero inquirir;
sem ter a quem, tento intuir.

Juntando folhas pinadas,
em farfalhar sibilante,
como se pega em flagrante,
porém, nada atrapalhada
e sem vergonha, me diz:

­— Sinto-me muito feliz.


A mirradinha do lado,
mui safada e faladeira,
sem tomar qualquer cuidado,
baila como a companheira.

Vejo logo que as invejo,
essas lindas regateiras.
Mas, seria sacrilégio
enciumar-me das palmeiras?

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

LANÇAMENTO CONJECTURAS_POÉTICAS




Aos amigos que me prestigiaram com sua presença, àqueles que o fizeram à distância e àqueles que, embora desejando, não o puderam fazer, o meu MUITO OBRIGADO.
Vejam as fotos do maravilhoso evento.




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Centenário da morte de Augusto dos Anjos

Clicar sobre a foto para ampliar.


Ver matéria original em 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Na Mídia - Conjecturas Poéticas (Gazeta - Variedades - Uberlândia)


APLAUZZO para você, confira nessa semana um breve resumo do livro Conjecturas Poéticas de Ademar da Silva, da editora de Assis EdIvone De Assis. Vamos ouvir também o que o representante do skatistas de Uberlândia Claudio Leandro Leamdro tem para falar sobre o esporte. E para finalizar as tendências de moda com colaboração de Karine Bastida.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ivone, dica de leitura

Amiga Ivone na TV PARANAÍBA, afiliada da rede Record de Televisão


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A praga humana

dema

Posto que nova,
tamanha a desova.
Devora o planeta, boi de piranha,
(que sanha!), insaciável traça,
da crosta, dos ares,
humana raça.
Vão-se as florestas,
assim os minerais,
oceanos e mares,
ozônio, outros gases;
aves, insetos, demais animais.
A terra reage, intenta,
tufão, tornado, tormenta,
tsunami após maremoto,
vulcão, terremoto,
seca, dilúvio, glaciação;
que nada, quem sabe, infecção:
pandemia de gripe, vírus, bactérias,
aids, câncer e outras quimeras...
Barbada, parece barata,
coisa nenhuma a desbarata,
cresce, se multiplica.
Não basta o espaço terrestre,
procura por corpos celestes...
Nisto ‘stará o mais perverso,
infetar, por inteiro, o universo.
Deus, então, que se cuide!
Já teve filho pregado na cruz.
Achará jamais quem O ajude.
Há saber com sua própria luz.
Poder não Lhe falta, inda bem,
irá precisar de ninguém.
Quem dera um calor escaldante,
ou, pudera, colisão total,
dê cabo dessa repugnante
desgraça de espécie infernal!
É de esperar-se que um dia,
no atraque ao seu porto destino,
ocorra o previsto extermínio,
por dispepsia de autofagia.

DEMAISILVA