sexta-feira, 15 de julho de 2011

Primazia do enquanto

                              dema

Sobre o antes e o depois
prima o enquanto.
Hoje, possível;
amanhã, talvez.

(Quem se foi deixou saudade
ou alívio)

Enquanto se vive,
se ama
se cuida, se entrega, se deseja,
se constrói.

(Nada mais pós traslado ao além)

Regra-lema:
agora, não depois;
hoje, não amanhã;
inda novo, não se velho;
produtivo, não inválido.

Enquanto se vive,
se alegra, se ri, se chora, se canta, se dança, se vibra,
se desfruta do viver.

Enquanto se dorme,
se sonha.

(Sonhar acordado: imaginário, utopia).

Enquanto se espera,
se busca.

(Esperança: móvel da conquista.
Sem ela: tédio,desespero).

Enquanto se vive,
não se morre.
Enquanto se morre,
debate-se em perder
o enquanto vivo.

Concomitância enquântica.

                  ...

sábado, 9 de julho de 2011

Neo-ortografia

dema

Ah, meu Jesus da Galileia!
Tem coisa que não se apoia.
Sem ser ato de assembleia,
Como se num feito heroico
Muito próprio de estoico,
Numa enorme paranoia,
Meteram a mão na joia,
 - Essa beleza
Que é a língua portuguesa.

Até parece maquinação de Medeia,
Pois venderam falsa ideia,
Que a leveza a purifica,
Que a língua fica mais rica
Se entre os povos se unifica.

Credeleveem, derrubaram seu chapéu,
Como o tiraram de voo.
Se viajo pelo céu,
Eu até já sinto enjoo.

Oh que feiura esquisita,
Que podemos arguir,
Até o pelo se agita.
Nem mais quero prosseguir.
Para co’isso que me irrita!
Eu não sou antissemita

Averigue você
Se temos que aprender
Essa regra extraescolar
Que chegou pra incomodar.
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terça-feira, 5 de julho de 2011

A MORTE






dema

Hoje a morte visita meus sonhos,
faz presença em qualquer pensamento,
está comigo a todo momento
sem a cara dos monstros medonhos.

Não se furta a nenhuma lembrança
e quer ser a fiel companheira,
resumir minha vida inteira,
travestir-se de toda esperança.

Revelou-se tratar-me amigo,
transcendência para o além,
pretender-se pra sempre comigo,
inda mesmo enquanto de aquém.

Me aproveito desta amizade
pra cercar-me cautelosamente,
implorando até por caridade
que não leve meus queridos entes.

Todavia nem jura ela faz,
pois se diz de tudo sabedora,
buscar apenas a minha paz,
escudeira e também salvadora

Inda assim não me entrego em seus braços,
não a sinto minha Cinderela,
embora tenha certeza dela,
vou fugindo dos seus abraços.


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domingo, 3 de julho de 2011

Batendo asas

dema


Já não ressonam mais em berço,
Mas batem asas pra suas casas.
Será, meu Deus, que vale o preço
Esse crescer que se esperava.

Não sei se é perda ou se ganho,
Ou se tristeza por apego.
Quando se vão, fica tamanho e
Brutal vazio de aconchego.

É que o amor soa mais alto
Do que o ser livre o descendente
E o temor toma de assalto
O coração, também a mente.

Quem dera tê-los como amigos,
Pra sempre unidos n’harmonia,
Porém retê-los torna ambíguo:
Se existe amor, se covardia.

Um sentimento universal,
Seja materno ou paternal:
Dizer adeus depois de abraços,
Pedir que Deus lhes guie os passos.

Eis o troféu que a vida entrega
A quem se doa aos filhos seus.
Bem se assemelha a vil trapaça,
Pois não há graça em dar adeus.
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sábado, 2 de julho de 2011

EXPEDIÇÃO SERRA DA MESA

dema
QUARTETO FANTÁSTICO (Nilton Carlos, Armando, Antônio Raimundo e Ademar) aproveita o feriado de Corpus Christi para uma expedição à Represa de Serra da Mesa (Niquelândia/GO), Pousada Serra Negra, em busca da experimentação de nova modalidade de pesca esportiva, que houve por bem denominar de Catch & Scape, diferenciada da comum “pesque e solte”. Na modalidade nova, em vez de se pegar o peixe, fotografá-lo para em seguida devolvê-lo ao lago, tenta-se ferrá-lo e permitir que escape antes de ser içado no barco e fotografado. A vantagem, nesta modalidade, é que o pescador pode alcançar uma excelente performance, denominada “fator 100”, isto é, pescar por três dias e ficar sem peixe.
Brincadeira à parte, o Quarteto fez um belo passeio (companheirada boa, nada de acidentes no percurso, muita alegria, descanso, nada de excessos). A paisagem é lindíssima. O lago está muito cheio, engolindo as ilhas e as árvores ribeirinhas. Peixe mesmo, muito pouco foi visto. Um ou outro pecado, fugindo à modalidade Catch & Scape, pegando algum cupinzudo para o sashimi. O comandante, Nilton Carlos, demonstrou sua ciência de pescador e de exímio operador com isca de superfície. Antônio Raimundo, pescador de elite, voou de BH a Uberlândia, para integrar o time, companheiro e tanto. Armando, pescador de rio, experimentou, com sucesso, a pesca do Tucuna. Ademar, aproveitou a ocasião para estrear um novo barco e, dentre os colegas, foi o único que atingiu a performance “fator 100”.

Um passeio memorável.