dema
A
última carta interceptada.
Não
me a fez entregue o mensageiro divino,
pois
que necessário se cumprisse o fado
do
meu e do seu lado.
Sem
adeus e porquê, me perdi.
Ela
nunca
imaginara o quanto sofri.
Eu
não
me soube amado outrora
nem
ao menos quão doído lhe fora
ver
morrer seu passarinho verde,
enquanto
chorava por mim.
Menina
do coração partido,
não
pesado à velha senhora,
ao
impor-lhe mandar-me embora,
pra
fazer nosso amor proibido.
Realidade
de muitos sonhos,
razão-rotina
de dias enfadonhos,
imagem
que os longos anos
conseguiram
esmaecer.
Ora,
exausto, o carteiro celeste,
cochicha-me,
com voz apagada,
que
a carta, um dia enviada,
perdera
o endereço terrestre,
mas
que se esperança eu tivesse
de
inda ver a pessoa querida,
que
deixasse para outra vida.
Por
deveras, tamanha maldade.
Das
ilusões juvenis
resta
tão só a saudade.