dema
É verão.
Mergulho nas ondas de piso branco
e emerjo para o sol,
para o azul do céu abraçado ao azul das águas,
para ser beijado pela brisa leve
que areja a manhã radiante.
Sou menino brotado das profundezas,
com gosto de vida e de paz;
o momento que se deseja,
a esperança de que a luz não se apague,
de que o prazer se eternize,
de que as gaivotas persistam em seu revoar.
Sou a felicidade almejada,
blindada das dores, dos dissabores,
das querelas humanas.
Sou natureza de luar prescindível.
Não tenho idade,
sou eterno em pasmar.
Um barco passa ao longe,
Chama-me à realidade.
Recuso-me ao aceite.
Que depressa se vá!
Queima-me a face, nem o sinto.
Estou para o sol, a brisa e o mar.