dema
Entreguei
meu coração de graça,
não
ganhei, contudo, o de ninguém.
Meu
destino fez-se então vidraça,
tornei-me,
do desamor, refém.
Jamais
odiei os que se amam,
porém,
deles, juro, inveja tenho.
Minh’alma
pena, sempre reclama,
leva,
alquebrada, pesado lenho.
Maldigo
a vida com sofrimento,
ausente
amor, por que restar vivo?
Fosse
ela apenas simples momento,
nenhum
partir seria preciso.
Detritos,
penas, o que restou
dos
belos sonhos com arribaçãs
que
se perderam, por certo, em voos,
embevecidas
d’outras manhãs.
Deixaram-me
só com a minha sorte,
tendo
o infinito por ameaça.
Pra
meu consolo, entrevejo a morte,
com
boas vindas, virando a taça.