dema
Preciso descobrir um jeito menos complicado
de fazer poema,
que me permita extravasar as mágoas
(não perdidas no tempo nem lavadas nas corridas águas),
descrever a tristeza e chorar a dor;
simultaneamente, espargir alegria
e, sem pecado,
com minha pena,
cantar a beleza, glorificar o amor
e produzir poesia.
Quero urgentemente
desprender-me dos grilhões que encarceram o estro
e, simplesmente,
ao imaginário som de carrilhões, libertar minh’alma
condoreira,
para levar, a cada coração,
em palavras regidas à batuta de um maestro,
a fascinação verdadeira
a que o belo conduz pela emoção.
Ah, se eu tivesse o primor dos grandes mestres,
e conhecesse a magia
de criar encantamento pelos versos,
possivelmente um fingidor mais que terrestre,
juro, eu tocaria
até o coração dos assassinos mais perversos.
Qual essência poderosa, bem sutil,
carcomeria a raiz da maldade planejada
para tornar menos sombrio
o horizonte cinza de quem já não espera nada.
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