domingo, 29 de novembro de 2009

“21- SHIFT DEL” E “ .COM”

(Hoje faz um mês que Maycon se foi. Cursava "Ciência da Computação". Que o Senhor faça sua alma santa.)

Dema


Um comando acidental
E acabei me dando mal.
“Shift del” por “ctrl b”
Encerrou minha jornada:
Tive a vida deletada.
Novo arquivo, inda nem salvo,
Na lixeira despejado.
Cadê o software avançado
Para validar os dados,
Se gravados por ventura
Num HD também zerado?
Preciso marcar presença
Nessa tão curta existência,
Com tamanha desventura.
Será, Deus, também pecado
Eu reivindicar direito,
“ter um pouco mais durado”,
Mas agora sem efeito?
Sabes Tu se há culpado,
Muito embora eu pense “não”,
Se nada foi planeado,
Se de todos era irmão.
Pode ser que imperícia
Ou imprudência, então,
Ninguém age com malícia,
Quando manda o coração.
Acontece, meu Senhor,
Que só uma vez se morre.
Pra salvar esse valor,
Só a Ti é que se acorre.
Perdoa a ousadia tanta,
De falar-Te nesse tom.
Torna minha alma santa
E rotulada “. Com”.
Amém!

sábado, 28 de novembro de 2009

A escola no seu contexto.

DEMA


Ontem, 27/11/09, eu e meu Amigo, Prof. Eduardo Humberto, estivemos em Nova Ponte e participamos de relevante evento realizado pela Escola Estadual “Josias Pinto”.

A instituição, por idéia de seu diretor, Prof. José Maria Vaz de Almeida, sob coordenação do Prof. Iozaino José Carneiro, apoiado pela equipe pedagógica, professores de História, demais docentes, corpo discente e comunidade, planejou e executou excelente projeto cultural, consistente no levantamento histórico da escola, no concurso para escolha do Hino da entidade e na implantação simultânea do coral escolar.

O evento prestou-se também para homenagens aos fundadores, Dr. Josias Pinto (in memoriam) e Prof. Djalma Alvarenga (in memoriam), a ex-professores, dentre os quais me incluo, como ao Prof. Eduardo e à Prfª Maria Aparecida Palmieri Torres.

Presentes também, na ocasião Helenice Pinto Naves, filha do Dr. Josias, e seu esposo.

O projeto histórico implicou pesquisa histórico-bibliográfica, entrevistas várias, inclusive com mais de 50 horas de filmagem, sumariada num documentário de quarenta e cinco minutos, então projetado. Cumpre observar que a escola data de 1959.

Concorreram à eleição do hino aproximadamente duzentos trabalhos, culminando na seleção dos três primeiros classificados, executados ao vivo pelo coral escolar (formado de alunos), durante a solenidade. Saiu vencedor o hino intitulado “NOSSA ESCOLA AMADA”.

A escola está de parabéns pela realização de evento de tal magnitude, cujo encerramento ocorrera em clima festivo, muito acolhedor e ordeiro, em verdade, concretizando momento de intensa confraternização.

A mim, tocou, de modo especial o ter ali estado. Muito embora tenha trabalhado por apenas três anos e meio na Josias Pinto, foi nela que comecei, aos vinte e dois anos, minha vida profissional. Ademais, considero-me filho de Nova Ponte, sentimento esse do qual me vejo para sempre impregnado, como se, em vez de acessório, integrasse minha própria essência.

Mui gratificante, outrossim, o encontrar ex-alunos compondo o corpo docente da escola, em grande maioria, como se continuidade de um processo do qual eu participara, recebendo-nos afetuosamente (deixo de citar nomes para, esquecendo algum, não cometer injustiça). Assim segue a vida, sucedem-se as gerações.

Inolvidável, ainda uma deferência especial ao ex-companheiro de profissão, Prof. Gerson Tomás e sua esposa, Profª Maria Alice, pelo efusivo acolhimento, como também ao Prof. Iozaino e Profª Marluce.

À Escola, na pessoa da direção, equipe pedagógica, corpo docente e discente,

Parabéns!!!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PAIXÃO

DEMA

Entranha n’almas sentir insano,
Se fossem tal devoluta terra.
Tem de divino e tem de tirano
Contradição que paixão encerra


Tanta meiguice, quanta carícia,
Volúpia intensa do par se apossa:
Um frenesi pleno de malícia
Segue até quando não mais acossa.


Ternura intensa, ora que supita,
Ódio voraz, se o querer se agasta,
Extremos são d’amor egoísta
Que amantes Hades pro reino arrasta.


U’a gota basta de ciúme louco
Pra sanha indômita despertar,
Infrene fera rugindo rouco
D’abrupto salta para atacar.


Perde-se o senso, rompe-se a calma,
Banal a vida, que de guardar?
Mas se há retorno, alívio pra alma,
Com mais vigor se abrasa o amar.


E assim segue, até que entrementes
Volta a calhar trivialidade.
Quebram-se os elos, co’a chama ardente,
Culpa-se o fado à eternidade.


Se a morte advém, melhor do que a vida
Que s’invalida, dura ao desdém;
Perde-se o chão, perene ferida,
Não cicatriza sequer no além.


Tem de divino e tem de tirano
Sentir insano que entranha n’alma.
Perde-se o senso, rompe-se a calma,
Nem mesmo Deus o avalia ufano.
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

HORA DO POETA

Dema

É sua hora de poesia.
Fale das belezas que o comovem
Ou chore a angústia dos amores,
Mas fale, é sua hora!
Criança, balbucie entre lágrimas!
Por que não pode dizer?
É a sua vez. Fale!
Você está só, entre fantasmas,
Sonhando com miséria humana,
Vendo a morte de outros tantos
E com amantes sua amada.
É seu momento, poeta!
Chore em versos seus lamentos,
Molhe em lágrimas sua pena,
Conte-nos sua visão!
Intérprete, é sua hora
De ser a multidão na rua,
No trabalho, nas festas,
Na tumba, na guerra.
Onde as musas de seu estro
E o lirismo de seus versos?
Pra que plagas, meu poeta,
Seqüestraram a inspiração?
- Pr’outro lado do Universo.

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