sexta-feira, 13 de julho de 2018

Indolência poética




dema

A tarde dorme.
Sujeito suspeito, hiberno.
Meu cão também.
Se de repente chega a noite,
acordamos para dormir novamente.

Assim, a vida passa.
Somos velhos peregrinos pelo mundo.
Até quando?
Sem problema,
sem fome.
Somos ninguém,
nem temos nome.

O ar parece tremer sobre nós
e à nossa frente.
É morno ou quente, depende.
_ Não insista, não me acorde!
Ouço Bach em moucos acordes.

No oeste, queimam o planeta.
_ Saltita logo, Saci perneta!
Lá em cima, desmatam
beira e miolo da mata.

A preguiça dorme no tronco.
Sequer espreguiça.

Há tanto fumo,
presumo inferno
não muito curto,
talvez eterno.

A chuva vem, devassa as cinzas.
Faz poeira, meleca.
E cá, sono de soneca em soneca.
Deus salve o mundo
para Maria e o Raimundo!

Zás...surrupiaram meu ananás.

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