terça-feira, 26 de novembro de 2013

Duplo desprezo

dema

Tão de repente,
saíste da bruma do tempo
e confidenciaste que muito me amaras,
amor puro, inocente, meio juvenil-adolescente,
a mim, porém, tu não te mostraste.
Palavras presentes
de recordações distantes,
um tanto quase apagadas.
Trouxeste um afago ao meu ego carente,
a imaginá-la de há muito perdido
sem que jamais a tivesse tido.
E uma segunda vez,  te foste,
─ sabor ácido de despedida inesperada ─,
levando-me  a crer melhor o fosse
“que longe de mim continuasses calada”.
A lembrança doce permanece.
O duplo desprezo, segunda pedrada,
diz desprazer no rever, atualizada, 
a figura que sempre trancada guardaste.

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