dema
Meu espírito se enleva no encontro com as coisas
belas:
· o cintilar das incontáveis estrelas plantadas no infinito espaço-véu das noites enluaradas;
· a gota cristalina pousada sobre a pétala encarnada desprendida ao orvalho da manhã, qual diamante a reluzir o brilho do sol que se alevanta;
· imaginar o giro célere dos elétrons sobre o núcleo dos átomos sem jamais se colidirem;
· idealizar a forma como os voltaicos bits se instalam, se organizam e se preservam num cartão de memória digital;
· as águas transparentes e cantantes que descem saltitantes a cascata em meio à mata verdejante;
· o vento que, à noite, uiva e penetra minha janela à beira-mar;
· o mergulho da gaivota em caça à presa para o almoço;
· a neve cobrindo o gorro da menina e a alvejar o seu casaco;
· a força do pensamento que molda a decisão pelo sim ou pelo não;
· a fragilidade do coração que se dobra ao império do amor e da paixão;
· o corpo nu da donzela ao banho sob as carícias das espumas do perfumado shampoo.
Inebria-me a alma o sentir a tua entrega, o cafuné por
tuas mãos aveludadas e o doce sabor dos teus quentes lábios.
Inebria-me a alma poder fazê-la feliz, quem sabe para
a eternidade.
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