sábado, 9 de novembro de 2013

SAUDADE E LEMBRANÇA (republicação)

dema

Do presente aos anos de criança,
voltam,  reavivando virtual,
de mãos dadas, saudade e lembrança,
fatos,  feitos de um mundo real.

E nessa jornada em correria,
vezes brigam, outras riem, choram,
não raro usando de zombaria,
pra dar vida a alguns casos de outrora.

Lembrança dos folguedos de infância,
dos amigos de igreja e de bola,
das meninas, Suzete e Constância,
dos beijinhos na porta da escola.

Saudade intensa do amor primeiro,
embora breve, mui palpitante;
se bem inocente e alvissareiro,
eternizou-se assaz importante.

Dos sinistros a memória é curta,
dos amores as visagens fartas,
como fartas as cercas de murta
no sonhar dos meninos de Esparta.

Se há lembrança do torrão natal,
vem no peito bater a saudade
da gente alegre, sem outra igual,
adultos, guris, qualquer idade.

Recordações de bailes, serestas,
brigas, casórios, cantos e festas,
dos causos, lendas e das canções
e apertando vão-se os corações.

Tristeza - causa a lembrança fúnebre -,
lágrimas rolam, caem no chão;
mesmo não sendo pessoa célebre,
finca uma flecha no coração.

Onde é que mora então a saudade,
pois a memória brota na mente,
se quando bate o coração sente,
e vem mexer co’a felicidade?

...



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