dema
És a corça cismada em fuga veloz;
eu, felino voraz, no encalço e
atroz.
Resumindo o eterno a não mais que momento,
te alcanço e possuo, em carnal
pensamento:
tanger com carícias teu corpo
violino,
pois de ti dimana ressoar cristalino.
Da cabeça aos pés, inteira te “lambeijo”,
a pele morena, jambo aveludado,
que meus olhos comem, bastando que
eu esteja
mirando-te frágil, jacente ao meu
lado.
Minh’ânsia encrudesce de tomar-te a
gosto,
no ser eu todinho por ti devorado.
Teus negros cabelos cobrindo meu
rosto,
meus lábios nos teus longamente
colados.
E a sanha animal levando ao frenesim,
o meu corpo no teu e o teu corpo em
mim.
Esqueço aonde foram nossas almas
santas,
(dos corpos em chama logo se
alevantam)
ou se ainda portas tua aura inocente
pra diante do medo fazê-la
plangente,
um querubim puro desde pequenina,
moldando-a tão digna e afável
menina.
Corpo fervente, por sobre mim
adejas
e vibras com gritos de orgasmo e a gemer.
Em transe me sinto e aguardo que
seja
porquanto perdure esse nosso
prazer.
Cumprindo o destino e juntando
metades,
quiçá Deus previra desde a eternidade,
e o que no presente então nos
alucina,
quer na terra ou no céu, nem Ele
abomina.
ver em demaisilva
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