quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Entre o começo e o fim, o meio.



dema


Mais um ano declina
e a esperança nos excita e incita ao que vem.
Na balança, o feito e o não feito.
Sucesso ou fracasso.
Entre o final e o começo, festas pululam:
natal de presentes, brinde à virada.
Chega-se a pensar em Deus, até no menino Jesus.
Algumas crianças ganham comida ou presentes
e abrem um sorriso banguela.
Riquinhos enchem o saco por tecnológicos caros,
logo obsoletos.
Há missa do galo, assembleia festiva.
E não falta quem se deprima.
No giro rápido do mundo,
para muitos, a vida, expira.
Bebês de tipos diversos vêm repô-los.
Tempo sagrado e sacaneado.
Safados conspiram, idealistas aspiram,
os sem futuro copiam.
Vamos fazer e ou ver o que virá.

Feliz Natal e Ano novo!



http://www.demasilva.com/PINEDITOS/ENTRE_O_COMECO_E_O_FIM.html

Confissão



dema

Gastei meu tempo sem te amar.
Minha indiferença fez-te distante.
Hoje, mal te conheço.
Não sei quem és, o que pensas, o que queres.
És, para mim, incógnita indecifrável.
Sei que o tempo não perdoa,
simplesmente passa e tudo leva.
É tarde. Perdi-te, perdido em mim.
Falta-me coragem a implorar o teu perdão.
Envergonho-me.
Quanto a ti, nada disso importa.
Criaste tua própria redoma
e, nela, colocaste tua frustração e
expectativas que não me incluem.
Fiz de ti segundo plano, confesso
(não que outro amor houvesse).
Que Deus me perdoe por te perder,
por negar-te meu afeto, meu afago, meu olhar;
por negar-te meu coração
e petrificar o teu,
este que não bate mais por mim, nem por ti, talvez.
Bruma densa envolve meu amanhã
donde teu vulto se afasta e some.
Sozinho, desnorteado,
ponho-me a gritar teu nome.

Trina, passarinho!



dema

A tarde cai de mansinho
como canção de ninar;
longe, trina um passarinho,
talvez para me avisar
que meu bem voou do ninho,
se quiser, posso chorar.

Trina, trina, passarinho,
eis que amor é como a flor
que vai murchando aos pouquinhos,
caso regada não for;
u’a vez morta, só espinhos
restam para causar dor.

Bate asas, meu colibri,
vê se beijas cada flor;
teu amar, sim, percebi,
sempre fora pecador;
que ninguém chore por ti,
pois nada sabes do amor.