dema
Descobri,
muito faz:
uma
tal tristeza imensa mora em mim,
nela
também.
Em
mim, nasceu comigo,
antes
mesmo de se cortar
o cordão
do meu umbigo.
Minha
vida foi assim:
eu
carregando a tristeza
e a
tristeza carregada em mim.
Pensei
que a tivesse toda,
pensamento
ledo
ante
conclusão a que chego:
só
metade é minha,
outro
tanto há de ser dela.
Quando
sorri,
a
tristeza sorri com ela.
Fico
em dúvida crucial:
precede-lhe
ao corte da liga umbilical
ou
lhe adveio de unir seu umbigo comigo?
Ao
que entrevejo,
a tristeza
comeu nossas almas
e em
seu lugar se instalou.
Ah,
velha inquilina!
Extirpou
toda nossa alegria;
de
cada um, seus desejos;
de
ambos, a esperança.
Fez-nos
zumbis em espírito.
Por
maldade, sem grito,
trucidou,
ab ovo, a felicidade
e moldou-nos
escravos-perseverança.
Então,
se me vejo,
é como
se a ela eu visse
_
espelho do meu não-querer,
do
meu não-desejo.
Alma-tristeza,
com o tempo,
de
nós se apossou:
e é
uma só.
Destruí-la
traz duplo suicídio.
O pecado,
de Adão,
mas,
nosso, o castigo.
Meu
sorriso amarelo,
o dela
idem.
Um
nó sem desate
a dar
dó.
Alguém
tem?
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