quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Legítima defesa

dema


Moleque inocente, caninana brava.
A cobra dourado-prateada não tem veneno.
Ninguém lho ensinara na lavra.
Como ficar sereno?

Um só golpe e decepada a cabeça.
Ratos e sapos aplaudindo à beça:
─ Gloria in excelcis Deo
et  in terra gratias ignorante puero!

Legítima defesa putativa ao fato põe fim,
com dura lex então abrandada.
E chega de latim:
alegria pueril e da bicharada.

Alfinetado o gajo a tomar a flor do cacto.
Veredito natural prolatado ao vegetal:
 Legítima defesa.
Reconvindo a ré contra o autor original,
a lei do talião fora assim aplicada:
 Em favor da natureza
(meu Deus, que esperteza!),
condenado o ladro a dupla alfinetada.
Por se tratar de flor, seja a pena agravada:
 que a dor o maltrate até madrugada!

Fatos/atos correlatos,
estranhos relatos,
nenhum boato.

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