dema
Muitas
vezes imploro a Platão
que
me “linque” com o hiperurânio,
sem
ideias neste plano-chão,
submeto-me
a ser seu conterrâneo.
Na
práxis, quero achar a verdade,
dela,
porém, nem à sombra chego,
um
turvo mar cobre a sociedade,
tal
que o mofino perde o sossego.
Quisera
agir com mil peripécias,
plantar
prazer e divertimento,
instigar
o morno contra a inércia,
no
aluado, incutir pensamento;
pintar,
quem sabe, belas paisagens,
ler
sonetos ao brilhar de estrelas,
dar
aos céticos novas visagens
e
estimulá-los pra não perdê-las.
Quisera,
enfim, ser o vento forte
que
das palmeiras o dorso dobra,
varrendo
as águas do sul pro norte,
e toda
a mágoa que nos soçobra.
Quiçá
edificar um mundo novo,
multicolorido
e mais irmão,
com
a justiça imanente ao povo,
jorrando
amor cada coração.
Constrói
meu hoje crer no impossível
para
o amanhã ser menos temível.
Maluca
espera sob minhas cãs?
Sonho
em gaveta, utopia vã?
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