quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Sádica lua

dema

A aeronave singra o espaço matinal,
saudável esperma planeando perfurar a lua,
imagem bela no azul que cobre o parque.
Porque descabe, já se sabe,
passa ao lado, lá se vai.
O semi-aro prateado olha-me sorriso largo:
─ Tô que tô. Sô que sô, quem me quer, que me pegue!
(Não é que negue, mas alguém já lhe pisou).
Enquanto isso, fétida e imarcescível,
a “gangue” dilapida o tesouro - puro sangue nosso:
aos cubanos um “porto seguro”,
pois containers entopem Santos.
Se os estádios se atrasam,
bilhões extravasam.
Meu Deus, troque a senha do cofre
ou lá se vai a liquidez,
já pobres, morreremos da sordidez.
De sobejo, no fim do túnel falta luz.
Socorro, Jesus!
Cadê o ponto final desta cruz?
E a lua, por escárnio, ri, apimenta:
─ Aguennnnnta!

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