dema
No
azul de infinito iluminado ao sol da tarde
desliza
uma ovelhinha desgarrada.
Seu
rebanho de algodão quiçá encubra o céu do oceano.
Aqui,
feliz, parece, ela se vai sem plano “esmando”,
sem
tempo de sentir a solidão...
O vento
a desfaz.
Novamente
o azul celestial invoca o incerto, o desconhecido.
No
solo, bico ante pé, pé após bico,
a rolinha
detona os incautos insetos sobre a grama.
Papo
cheio, sobe à trave em busca do ninho.
No
balanço da folha da palmeira
a orquídea
tenta desabrochar segunda flor.
A vida
para pra ver o parto...
depois
segue com a brisa fresca e fugaz.
Tudo
apraz.
Meu
coração dispara. Percebo que, como a brisa,
minha
vida passa.
A diferença
é que sem graça.
Se
eu pudesse, saltaria no infinito.
Pode
ser que nem sentisse me esvaindo em brisa astral
no
me juntar à ovelhinha desgarrada.
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