dema
Gosto de rolar pelas
ladeiras,
saltitar as quedas das
cascatas
e, tomando impulso em corredeiras,
mergulhar taimbés de
cataratas.
Sou o orvalho frio da manhã,
gota cristalina numa flor
plena de beleza, e talismã,
destinada ao teu sonhado
amor.
Névoa a embaçar tua janela,
arco-íris para o colibri,
se desponta o sol em
aquarela,
desperto a ternura que há em
ti.
Sou começo, sou meio,
porvir,
sou lago, sou rio, sou mar,
sou espelho dado a refletir
todo encanto da luz do luar.
Sou vapor da nuvem e sou
neve,
descente avalanche da
montanha,
até gelo em suco que tu
bebes,
como no uísque que te
assanha.
Teu lazer e teu entristecer,
sou lágrima que molha teu
rosto,
se perdes o amor que julgas
ter,
pranto intenso sou em teu
desgosto.
Força que balança a caravela,
luz a dispensar maço de vela;
sou chuvisco, também
tempestade,
se tsunami, _ adeus, linda
cidade!
Pérola escondida nos
planetas,
procuram, os sábios, me encontrar,
mas, pareço certas borboletas
que não voam em qualquer lugar.
Sou parte de ti, sou tua
vida,
sem mim, hás de morrer em
seguida;
limpo-te por fora e por
dentro,
lavo e carrego teu
excremento.
Cruel te fazes com teu desleixo,
tiras o manto que me acoberta;
terás só deserto se te deixo,
é o que parece coisa mais
certa.
Sem teus cuidados eu fugirei,
secretamente irei me safar.
Pra onde? _ Perguntas. Nem
eu sei.
Talvez me transforme noutro
mar.
em demasilva
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