sexta-feira, 11 de outubro de 2013

DONA LEDA

(minha primeira professora)
dema

Taquei bucha de papel,
nem soubeste fosse eu.
Risquei parede a pincel,
quem se ferrou foi Tadeu.

Tu quebraste meu espelho,
fiquei com raiva de ti,
eu era tão só um fedelho
vendo as coxas da Iraci.

Já perdoei tua zanga
por eu não saber lição.
De mim inda há quem se manga,
pensando ser eu truão.

Assim foi lá no primário,
no ginásio, no colégio.
Fui muito mais que ordinário,
porém tive um privilégio.

Tornei-me gente na vida
de honradez e respeito.
Para mim não resta dúvida,
te louvo e bato no peito.

Muito foi por causa tua,
não me expulsaste pra rua,
mas me mostraste o caminho
para, em vez de bandido,
neste mundão tão perdido,
eu me tornar o mocinho.

Peço a Deus te pague a conta,
que sou pequeno pra tanto.
O dedo dÊle te aponta
o céu, morada de santo.

Dona Leda, Dona Leda,
teu nome, sempre alegria,
tá na placa d’ alameda,
onde a escola da folia.

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