quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Estrela errante

dema

Estrela errante,
sem galáxia,
de beleza exuberante,
no espaço perambula,
machucando corações
de nós outros,
navegantes de alma pura.

Quimera maliciosa,
lábios rosa, beijo em riste,
fez-se doce, até dengosa
pra deixar-me depois triste.

Quando eu quase inda menino,
apossou-se de meus sonhos,
sorrindo, fingiu que era
ninfa-musa de meus mimos.
Mas partiu como viera,
tornou os dias enfadonhos,
aboliu-me as primaveras.

O tempo sem pressa
bem depressa passa
e induz o olvido
a dar o ar de sua graça.

Mesmo tardia, de novo ela vem
e o bom navegante então não se contém,
entrega, imediato, o coração franzino
que teve raptado não mais que menino.

Dir-se-ia, portanto, aqui dèjá vu,
tão logo chegara, eu a vi partir.
Tirou-me a esperança, também minha calma
e, de sobejas, tomou a minh’alma.

Estrela errante,
‘strela sem galáxia,
pra mim, navegante,
foste só desgraça.

Estrela bandida
no espaço vagueia.
Que sejas maldita,
sem luz e bem feia.


http://www.demaisilva.com.br/ESTRELA%20ERRANTE.htm

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