segunda-feira, 13 de junho de 2016

Velho menino

dema


Já pensei dobrar
as ondas do mar,
abri-las depois
no quintal lá em casa e
cortá-las a nado
no quente verão,
inda que em asas
da imaginação.

Também carrear
um montão de areia,
mui branca e fininha,
pra então espalhar
na orla das águas
e, longe das mágoas,
poder repousar
com bela sereia,
é claro, só minha.

Mas um mar assim
não é só pra mim;
também os amigos,
cercados de amigas
em trajes miúdos,
os seios graúdos,
poderão fruir
da graça divina, 
sonho de menino,
de um mar bem aqui.

Com toda certeza,
eu encontraria,
sem feitiçaria,
na maior moleza,
u’a linda morena
pra ser a pequena
de mil dias meus.

Seu corpo molhado,
os seios dourados,
são, juro, meu Deus,
somente alegria
pr’esses velhos olhos,
com beijos aos molhos
e imensa folia.

Sonha, pois, criança,
mas tem confiança,
que, aos raios da lua,
moleque de rua
vive é de esperança.
Ah, velho menino!
Oh, menino velho!
Tão grande nos anos,
porém, de juízo,
és, sim, pequenino.




EM DEMASILVA

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