dema
Fico ainda um tempo,
depois me vou.
A tarde cai,
assim, a minha.
Um bando de aves céleres corta os ares
do sul pro norte.
Quem irá bisbilhotar o céu quando eu me for?
Vasculhar o azul dos vagos de nuvens brancas
na espera do inesperado, lá de cima,
um astro celeste, uma divindade,
um viandante universal, um corpo que desce?
Outro grupo de pássaros, cem, acima de cem...
bate asas do sul pro norte.
Aos poucos,
o azul cinzando,
as nuvens chumbando,
rasgos de luz se abrandando.
Algumas pombas de mim se aproximam
e se achegam às traves da garagem.
Já não arrulham. Aquietam-se...
Mais um apressado time rasga para o norte.
A vizinhança da noite espanta-os do sul,
alerta-os a que procurem estalagem.
Nova turma...outra...
O que haverá no norte a tornar seu norte?
Além de mim, quem notará sua passagem.
Foi-se o branco, o cinza, o chumbo
e o azul. Agora o negro predomina.
Por entre vazios (ao certo) de nuvens,
surgem pontos cintilantes.
Que bonito no darc!
A aeronave estronda no breu que cintila
e me desperta para a noite.
Tudo era dinâmico e belo enquanto não passava a máquina.
Só um pouco e eis que me vou.
Quem verá a aeronave estrondar no breu
e romper a harmonia natural?
Creio que, amanhã, ao cair da tarde,
as avezinhas, enturmadas, correrão novamente
do sul pro norte...
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