quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A praga humana

dema

Posto que nova,
tamanha a desova.
Devora o planeta, boi de piranha,
(que sanha!), insaciável traça,
da crosta, dos ares,
humana raça.
Vão-se as florestas,
assim os minerais,
oceanos e mares,
ozônio, outros gases;
aves, insetos, demais animais.
A terra reage, intenta,
tufão, tornado, tormenta,
tsunami após maremoto,
vulcão, terremoto,
seca, dilúvio, glaciação;
que nada, quem sabe, infecção:
pandemia de gripe, vírus, bactérias,
aids, câncer e outras quimeras...
Barbada, parece barata,
coisa nenhuma a desbarata,
cresce, se multiplica.
Não basta o espaço terrestre,
procura por corpos celestes...
Nisto ‘stará o mais perverso,
infetar, por inteiro, o universo.
Deus, então, que se cuide!
Já teve filho pregado na cruz.
Achará jamais quem O ajude.
Há saber com sua própria luz.
Poder não Lhe falta, inda bem,
irá precisar de ninguém.
Quem dera um calor escaldante,
ou, pudera, colisão total,
dê cabo dessa repugnante
desgraça de espécie infernal!
É de esperar-se que um dia,
no atraque ao seu porto destino,
ocorra o previsto extermínio,
por dispepsia de autofagia.

DEMAISILVA

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