dema
Vazado de humano periscópio,
penetra-me ébano-luzidio olhar.
Põe-me arresto a balançar
no etéreo gravitacional da alma,
(e que genótipo!)
angelical, porquanto pura,
impulsiva, pois que jovem,
bela, porque nobre.
No enlace de aveludadas tranças
cobrindo com carícias peitos fartos-hígidos
(que meus lábios roçam
e ao cheiro fêmea me inebriam),
o coração palpita grande
e se esquece pendular.
Platônico aconchego,
misturar de espíritos e carne
absorve-me por inteiro;
(não sei bem se me acresce
ou me consome).
No frigir da ânsia, do querer,
do ter,
irrompe-se um grito uníssono:
─ Te amo!
Leva-nos ao paraíso e
faz de nós estrela!
Com desdém, julgam-na feia.
Sirva a luz à inveja alheia,
ao clarear um cabaré, no espaço,
onde, com precisos passos,
construímos nosso céu,
bailando um tango de Gardel.
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