segunda-feira, 28 de abril de 2014

Cambada

dema

Menino, queria ser grande,
livre, dono de mim,
escolher o que comer,
não ter hora pra chegar,
dormir, acordar;
casa própria,
namorar até...

Sonhos infantis inconsequentes,
natimortos vários na vida corrida.
Ah, o sofrimento, a tristeza,
a alegria, o amor,
o desamor, a dor.
Cadê o maná vindo do céu?
Estudo, trabalho,
sucesso, casório,  a perda, o regresso...
o filho (que maldição!), droga, perdição.
Meu Deus, que vida cão!
Nada de graça, as contas em massa,
tributos carcomendo a carcaça.

Quisera de novo ser menino, só menino,
apenas viver e sonhar;
brincar na enxurrada,
jogar bola na rua,
skate na calçada.
Estudar? Palhaçada,
depois, dá-se uma colada,
que a tia é burra  (oh coitada!).
Inda agora, que tudo é marmelada,
calculadora  (adeus, tabuada!),
ninguém toma bomba mesmo,
forma-se de fornada...
Quando não, é vídeogame,
tablet, notebook,
jogos, filmes, minas beijadas,
até rolezinho na parada.
Ser adulto, pra quê?
Que nada!!!
Deus me livre,
que o bom mesmo
é ser cambada.

Ver em DEMASILVA







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