domingo, 9 de agosto de 2009

PAPAI, PAPAIS, PAIS... O CORAÇÃO DE JESUS NOS ABENÇOA


PAPAI, PAPAIS, PAIS... O CORAÇÃO DE JESUS NOS ABENÇOA
Afonso de Sousa Cavalcanti - a gratidão de um filho

É bem assim mesmo: Papai. Nossa mãe nos ensinou a pronuciar Papai. Meu pai ensinou os filhos a pronunciar Mãe. Acredito que assim tenha sido. Sou o oitavo filho de minha família e aprendi mujito com minha irmã mais velha (hoje, completando 71 anos).
A homenagem a meu pai que faço agora, estendo-a a todos os meus amigos da UNESER. Acredito que meu pai não tenha fugido muito da regra de milhares de pais. Casou-se no religioso e no civil e viveu 57 anos de casado com minha mãe. Dizia minha mãe que meu pai sempre lhe falava: "Você para mim é a mesma jovem de 22 anos que recebi em nosso casamento, na Igreja Nossa Senhora Aparecida de Chavantes, SP". Pelo testemunho dos dois, eles se respeitaram a vida toda. Ele se foi em 1993 (com 90 anos) e ela em 2005 (com 92 anos).
A homenagem a meu pai busca em minha memória seus traços de nordestino, nascido em Matinha de Água Branca, AL. Dali saiu aventureiro e se tornou peão no Estado de São Paulo. Pelo andar de sua vida ajudou na construção da Estrada de Ferro Sorocabana, derrubou mato virgem em várias localidades do Estado de São Paulo e depois adentrou o sertão de Paranavaí, Pr e por último formou sua propriedade rural em Jandaia do Sul (1942-1980).
Sua profissão: agricultor, pequeno proprietário rural, sindicalista rural. Como pessoa participou da fundação da cidade de Jandaia do Sul. Ali foi membro do Apostolado da Oração e da Sociedade Vicentina (destas duas instituições ele se orgulhava muito).
Ao olhar sua trajetória de vida, na condição de filho, enumero algumas das qualidades boas que meu pai deixou a seus filhos: foi trabalhador, bom pagador de suas dívidas, humilde, religioso, desapegado dos bens materiais e contra as atitudes pelos bens supérfluos, assíduo leitor, poeta e bom orador, grande devoto do Coração de Jesus, de Santa Catarina de Sena e de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Por causa do Coração de Jesus, durante vários anos, nós os seus filhos o acampanhamos nas novenas de primeiras sextas-feiras de cada mês. Por várias vezes ele nos ensinara que quem se confessasse e comungasse com fé, pelo menos durante 9 sextas-feiras primeiras de cada mês, este teria parte com o Coração de Jesus - FOI A PROMESSA DO CORAÇÃO DE JESUS À MARGARIDA MARIA.
Incrível coincidência ou resultado divino? Meu pai faleceu no dia 1º de outubro, sexta feira primeira do mês, dia do Coração de Jesus. Tenho para mim que sua morte foi um resultado divino. Ele tinha grandes emoções em sempre fazer as novenas e participar das várias atividades da Igreja e das obras de caridade dos vicentinos.
Tenho em meu pai a figura de meu herói. A marca do herói que eu ainda vejo nele me levou a avisar meus irmãos, 18 dias antes de seu falecimento, que ele morreria em 1º de outubro. A pedido dele, fui buscar o pároco de minha paróquia para que viesse confessá-lo e lhe conferir a Unção dos Enfermos. No caminho eu disse ao padre sobre sua morte no dia previsto. O pároco disse que eu deveria tirar as carminholas de minha cabeça. Ouvi o padre e prossegui. Avisei a meus irmãos e eles vieram. Ele estava lúcido, mas baqueado. Na última semana de sua vida eu teria que fazer um curso na PUC de Curitiba e viajei no domingo anterior de sua morte. Lá chegando eu disse à coordenadora do curso que se houvesse alguma avaliação, eu gostaria de fazê-la com antecedência porque meu pai faleceria no dia previsto. Meus parceiros de grupo, da Pós-graduação em Pedagogia Religiosa, estiveram unidos a mim a semana toda. O previsto aconteceu. Eu acredito que a emoção dele foi tão grande e o Coração de Jesus veio buscá-lo bem em seu dia. Acredito que este foi o dia da ressurreição de José de Souza Cavalcanti. Agora me lembro bem de Jo 6,41: "Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia".

Um comentário:

DEMA disse...

Essa premonição é chocante. Meu pai também estva bem de saúde. Da noite para o dia, uma pneumonia o derrubou. Quando lhe calçava as botinas para levá-lo ao hospital, disse-me com todas as letras: desta vez eu dou socesso a vocês.
Em vez do socego, deixou-nos muita saudade.