DEMA
Cristalina fonte, Lia,
lá no morro, no horizonte,
canto a ti em serenata.
Tuas águas, em meus sonhos,
eu as sorvo na cascata.
Mesmo se ao raiar do dia
vejo o horizonte prata,
tua voz me é poesia,
ouço teu cantar na mata.
Já nem sei a cor do mar,
se é verde, se azulada,
se da cor do teu olhar.
O que sei, querida Lia,
é sofrer de tanto amar.
És o barco que se afasta,
se vês que me aproximo
ou então o horizonte,
quando ao monte galgo o cimo.
Vê as chagas destes pés,
tem dó deste peregrino,
que já nem mais dores sente
em viver te perseguindo.
Lia, acolha dos meus olhos
o correio voador,
levando-te a cada instante
o que tenho de amor.
Lia, fonte deslumbrante
mesmo à luz do sol poente,
beija, beija de mansinho
os lábios deste demente!
Nenhum comentário:
Postar um comentário