dema
Senti-me hoje um torturador fascista.
Aspergi veneno nas palmeiras.
Frustrei eventual metamorfose
de centenas de gorduchas lagartas
que, ab ovo,
sonhavam tornar-se borboletas.
Ah, lepidópteros filhos da puta,
que escalpelam e trituram as folhas pinadas,
quedam seu balanço e causam-me tristeza.
Depois, micro-ônibus rechonchudos,
sanfonam-se a grimpar as paredes da garagem.
Se não lhes piso a cabeça, com o esmagar crocante
e espirrar nojento de gosma verde,
ali se fixam e se crisalidam.
Desta feita cortei o fado mandruvalesco.
Vão se despencando trôpegas, nocauteadas
e rolam pelo chão.
Vejo, com prazer, contorcer-se e morrer o inimigo.
Abro um sorriso por deveras cruel.
em demasilva
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