segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Nunca só


dema

Meu estar só é jamais solitário.
Vem a mim quem eu queira mentalmente,
quer em sonhos,
imaginação,
quer pelas ondas do pensar.
Nem dormindo me acho só.
Dou asas ao pombo-correio-sonho
que a intima a portar, até mim,
sua solidão.
Não se negue que o estafeta aja
nem que recusável se faça a intimação.
Construímos, então, a paz envolvente,
ao calor dos recíprocos afagos ternos
que nos tangem o coração.
Só há tristeza se as juntamos numa,
a minha e a dela
– efêmera, porém -,
pois, compartilhada,
divide-se e se esfacela.
E a luz suave da paz nos invade,
amantes,
para o deleite da solidão conjunta.

EM DEMASILVA

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