quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O novo

dema

Acirra-me a vontade de tornar-me venturoso,
de coser u’a parceria com o Todo Poderoso,
de fazer o inusitado, de coisa que jamais houve,
partilhar da criação, como a Deus bem isso aprouve.
Porém, do que me advém, não há nada que
assim calha;
mexo e remexo ideias, vem nenhuma que
então valha.
Quando penso que a criei,
já percebo o déjà vu.
Entristeço-me, não esqueço,
tal criar é descobrir.
Nosso “ter de”, quiçá, ‘steja
no modo de a intuir,
pois, do nada criar algo
só a Deus cabe o fruir.
Inda mesmo a descoberta
não me chega de repente,
coisa nova não vislumbro,
por demais que eu o tente.
Eis que teço elogios
ao que o novo traz a lume,
em partilha da Trindade,
qual piscar de vagalume.
As centelhas descobertas
são os atos da potência,
que a matéria do universo
traz em si da criação.
Pode ser que virem causas
de, entre os homens, violência,
por disputas das benesses,
geração a geração.
Contudo, se lhes impõe
o uso da inteligência,
no crescer, multiplicar-se,
no gozar a opulência.
Há quem diga que o novo
vê-se na simplicidade.
Pode o gênio enxergá-lo
até com facilidade;
mas, a mim, que não sou gênio,
resta tão só aplaudir.
Visto a toga da humildade
e, com muita ansiedade,
espero o gênio o descobrir.

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