quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lamento d’alma

                                   dema

Que hoje se apague o sol,
que a lua brilhe noutros prados;
pra longe a visão do arrebol,
somente os pensares macabros.


Talvez seja efeito de El Ninho,
minha alma está seca e fria,
por certo há de estar doentia,
repugna-lhe amor ou carinho.


Que o céu se cubra de preto
com rajas de roxo e laranja,
tal como este poemeto
que a musa malvada me arranja.


Espero o troar do trovão
rasgando o silêncio maldito
e seguir o estrondar do tufão
o mais horripilante grito.


Ei, vulcão, derrame suas lavas,
devaste a planície ao redor!
Tsuname, destranque suas travas
e invada onde achar melhor!


Que o fogo devore a floresta
e destrua a vida que resta;
se movam as placas da terra
co o fim do que a era encerra.


Que as feras circundem esse antro
e suas garras arranhem minh’alma.
Ganindo, afugentem meu pranto
e advenha-me aos poucos a calma.


Que o amor, se for forte, enfrente
a tristeza interior e da mente;
se vencer, me reponha a alegria
pra aguardar o renascer do dia.


          ...

Nenhum comentário: