Dema
De há muito me questiono
Por que ser objetivo,
Se aos sentidos me abandono,
Vivo em mundo subjetivo
Sabe alguém me afirmar
Se meu verde é igual ao teu
Ou se teu vermelho-verde
Faz espelho para o meu?
O verde que me fascina
É tal qual a cor do mar,
Mas o azul que me ilumina
Esse vem do teu olhar
Eis que o branco me acalma,
É a cor da tua alma.
Se o vermelho me expulsa,
Já o roxo me é repulsa.
O lilás se denuncia
De ser próprio pra folia.
E se o preto me dá medo,
Também guarda um segredo:
“Tua voz me é poesia
Como o gosto de teus lábios,
Que maliciosos, sábios,
Dão-te um toque de magia.
Me excitam tuas carícias
E me entrego ao aconchego,
Uma fartura de delícias,
E uma noite sem sossego.
Mas o cheiro da manhã
Põe fim nesse romantismo,
Sabor acre de maçã
Chama-me ao objetivismo.”
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