terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Delimitações sutis



dema

Sutil por demais delimitar os sentimentos:
até onde amor e depois ódio,
daqui rotina, dali indiferença,
de cá frustração, de lá desconsolo;
saber se ama, se odeia,
se amada, se odiada.
se venera, se detesta,
se ri ou se chora.
Oh tenuidade!
Palavras vazias vazam da boca,
camuflam o voz da alma.
Vida insossa que belisca, questiona, intriga.
Busca-se conhecer a intensidade do afeto,
a profundeza do desamor.
Que digam os deuses sábios
como distinguir o sentir real do dissimulado,
do travestido de avesso;
em que confiar sem decepção.
Atos, por vezes, são teatrais.
Quando sim e quando não?
Perde-se, não raro, em tais minudências,
que se avolumam e deprimem.
Vale a fé, corre-se o risco:
Verdade? Perfídia?
Afinal, o que é e o que não é?




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