sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Extemporâneo


dema


Quem o mandou aguardar tanto,
tanto que a vida passou.
O velho amor perdeu o encanto,
na carência, soçobrou.

Não há mais tempo de partida,
que a hora agora é chegar.
Bem longe jaz a despedida,
não há o que recomeçar.

Nem mesmo as imagens de outrora,
resquícios de pensamento,
encontram lugar na memória,
feneceram ao relento.

Um adeus por insensatez
fez reverter o destino
e a felicidade, talvez,
transformou-se em desatino.

Foram-se dias, meses, anos
e a alma, assim combalida,
refez-se, enfim, dos desenganos,
ressuscitou para a vida.

Agora, mui dona de si,
com frutos desta conquista,
descarta o passado e sorri:
sem chance ao oportunista.


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