dema
Das brumas do tempo
te vejo surgir.
Vens como princesa vestida
de mimos.
Altiva, me olhas tentando
fingir,
porém, te aproximas e
logo me inclino.
Não mais que um afago
se põe meu desejo,
como um cão fiel recebendo
seu dono.
Palpita-me o peito, ao
baixar-te pro beijo
na face enrugada por
longo abandono.
Que Afrodite esta que
vislumbro e me toca,
me beija e despede
sem sentir a minh’alma?
Por que vens
deslumbrante, se assim me provocas,
e, em seguida, regressas, tirando-me a calma?
Por menos que o fora,
a tua presença,
a mim sobreveio
relance de paz.
Lembrança do amor que
ao depois, por ausência,
me fez prisioneiro em
alguma alcatraz.
Vai, que teu mundo escolhido
te espera,
e trancafiado traz
teu coração.
Já que o preferiste,
enfrenta a quimera
que aos poucos te
mata, a solidão.
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