dema
A desilusão abafa o estro,
manda o poema às favas,
obnubila a poesia presente
ou chuta-a para as nuvens.
Feliz o poeta outro que a encontra,
aspira–a e a respira com o matiz de sua alma.
A desilusão rechaça o afeto,
encasula e enterra o belo na escuridão.
Feliz o semideus que o desenterra,
desencasula-o e o liberta aos ares,
que lhe dá asas e o venera.
Maldita hora do nada,
da repugnância, do desprazer!
Foda-se o céu,
o inferno,
deuses, anjos e demônios!
Pachorra agourenta do suicídio,
da inutilidade do ser,
da negação da existência!
.
Que venha o fogo arrasador!
Que venha o dilúvio,
a inundação!
Hora da sucumbência, da frustração, do tédio.
Hora da merda.
Foda-se o mundo,
Foda-se a vida.
Fui.
http://www.demasilva.com.br/PINEDITOS/DAS_SOMBRAS_AO_NADA.html
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