dema
Arandelas
tremem nas paredes,
lustres
balançam sobre nossas cabeças.
Tumulto.
Gritos, derrubar de cadeiras.
Pessoas
tropeçam e correm.
A morte
chega por insistentes abalos.
O terror
estampado nos olhos esbugalhados
potencializa
a estridência dos berros.
O teto
vem abaixo. Esmaga retardatários.
Dentre
eles, eu.
Carros
se chocam nas ruas,
postes
de luz vêm ao chão,
gente
eletrocutada.
A crosta,
com fendas no ventre,
engole
veículos, pontes e edifícios.
Imensurável
a duração infindável dos segundos
de
intermitentes abalos.
Quanta
gente morta! Choro, gemidos, desespero...
e solidariedade.
Não
me sei consciente ou não.
Longe
no tempo, o mistério dos primeiros encontros:
coisas
minúsculas assumem feições gigantescas.
Será
que não gostou de mim?
Treme-se
apenas por um desvio de olhar.
Frio
na barriga, porque não me sorriu quando lhe sorri.
Hormônios
de gênero se digladiam com fome e medo.
Talvez
se fundam.
Almas
se conturbam aos receios próprios do enigma,
pois
que ainda estranhas.
Tudo
é terremoto.
http://www.demasilva.com.br/PINEDITOS/SOB_ESCOMBROS.html
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