dema
Rua do quartel, burburinho, bandeirolas, gente, bumbo e corneta. Olha a fanfarra!
Tá tará tá tá tá tá... Tá tará tá tá tá tá...
tá tará... tá tará... tá tá tá tará...
Depois, na principal, o palhaço, em pernas de
pau,
e a molecada, seus camaradas:
— Hoje tem marmelada? — Tem “sinsinhô”.
— Hoje tem goiabada? — Tem “sinsinhô”.
— Hoje tem espetáculo? — Tem “sinsinhô”...
Sou
gato, escuto e pulo. Da janela na calçada, grudo na turma. Lá vou.
Rua das acácias, das palmeiras, da ladeira,
das rameiras,
da casa da vovó, ai que dó (embora longe da
minha),
de frente da de Manoela, então, princesa, hoje rainha.
Cada qual com seu segredo, cabeludo de dar
medo.
Laranjinha no bar da esquina da rua da escola,
ando logo que a pipa empina e a seguir tem
bola.
Pirralha namoradeira bem no largo da matriz,
doido, “seu guarda” e chafariz.
Menino de rua? Que nada, rua de “nós-meninos”.
Que mimo!
Agora, droga, tiro, polícia, bandido. Horror.
Se cheia de gente, apavora
de edil a senador, de alcaide a governador
e até Presidente pôs fora..
Maldita tela de computador e TV,
de rua não quero mais saber.
Coitada da rosa, o jeito é olhar pra lua,
o muro, ora, tão alto, não a deixa espiar a
rua.
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