dema
Pensava me encontrar, enfim, liberto
dessa paixão que sinto a descoberto,
como se o tempo jamais existira
e não fosse a vida mais que mentira.
O que esperar do amor não compartido,
desse vazio enorme sem sentido,
desse eterno querer estar contigo,
de padecer um perene castigo.
Ai, Deus que sempre ampara o sofredor,
se a causa do penar provém do amor,
ou se o culpado então for o destino,
livra-me desta dor, meu desatino.
Por quanto tempo ainda este martírio,
será que até meu último suspiro,
amar distante seja meu calvário
pra ter-te apenas no imaginário?
Ao fim e ao cabo, eu não sei dizer
se viver é melhor se existe amor,
mesmo quando esse amor traga sofrer
ou se, por não o ter, morrer de dor.
em demasilva