sexta-feira, 22 de julho de 2016

Atlântico oriental


dema


Dupla versão

1.    Poética

Repudiada a teoria da deriva continental,
saltei de placa, atlanticamente, afinal,
da sul-americana para a africana.
Provo o sabor da Macaronésia
e, em mergulho, me aventuro
no venturoso mar das Canárias,
das límpidas e salinas águas de cá,
que me convidam à talassoterapia,
por óbvio, ao lazer e à alegria.
Subtropical, entre nós,
o sol surfa as ondas turquesas
(sonho de duques, poesia de princesas).
Aqui não há pó adejante,
entretanto, não longe,
ao de lá de Tarfaya,
mãos dadas ao vento,
as dunas perambulam
no  ocidental Saara.
Sente-se, no ar, o quente lá estar.
De quando em quando,
assustam-me imagens de barcos chegando,
piratas de saque do mar da Guiné.
Bobagem, distante estou,
nem sou Capitão de navio mercante,
aliás, sequer navegante.
O bom vinho do Porto
em reserva de véspera
me aguarda, a regar
apetitoso prato de frutos do mar.
Quem dera me atassem,
salsa e flamenco,
não houvesse voltar!
Meu quinhão, no entanto, é sul-americano,
e meu rancho fica em um seu altiplano.

2.    Lacônica


Visitei as ilhas Canárias e gostei.






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