dema
Quantas vezes me deixei embebedar por tua imagem,
mergulhando no algodão das densas nuvens vespertinas;
tentei mesmo esporear vários cometas de passagem,
com o intento de portarem-me veloz a ti, menina.
Ter-te nos meus pensamentos era só um aperitivo
do banquete saboroso com que me receberias;
nada obstante isso amainasse meus anseios primitivos,
trouxe novas esperanças de que minha então serias.
Que emoção maravilhosa quando te encontrar eu pude,
à minha alma, fez sorrir raio de sol pela manhã;
abalando as estruturas de uma quase senectude,
repicou-me o coração quais os ribombos de Tupã.
No teu colo vim saciar velho desejo de mistério,
absorver o quente orvalho a minar de saudáveis pomos,
embrenhar-me em teus cabelos, cela de meu monastério,
e entregar-me a tuas carícias como sói ao monge em sonhos.
Sim, irei sugar-te o néctar porque vindo das estrelas,
com sabor suavizado pelo brilho do luar,
e a felicidade tua, com certeza, há de entretê-las
pra deixarem-me ofuscado com a luz de teu olhar.
Sou ginete aprisionado no teu jeito de princesa,
não me cansa o suspirar por esse viço juvenil,
enlaçado nos abraços me excito com presteza
e me vejo amante moço condizente ao teu perfil.
Meus afagos são carícias feitas em mechas de rosa
decepada dos espinhos e de gotas revestida,
que, lambendo-as, eu a seco, faço-a inda mais formosa
e entre as deusas do Olimpo, te terei por escolhida.
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