dema
Ipê frondoso, em traje azul, de mãos dadas co’amarelo,
nas verdes margens do regato, das águas mui cristalinas,
a lavar os seixos brancos como ao pátio de um castelo,
onde flertam, os mancebos, com furtivas messalinas.
Quando em vez, a pata mãe, a liderar os pintainhos,
corta as águas turbulentas, navegando com destreza,
para treino dos meninos, inda tão pequenininhos,
cujo fito é o de somar-se aos mimos dessa natureza.
Mais ao longe o gado pasta, ruminando à boca cheia,
relva fresca, suculenta, que dispensa sobremesa;
na folhagem ribanceira, mil trinados e gorjeios,
melodia necessária a complemento da beleza.
Debruçado sobre a nuvem, enquanto expõe sorriso largo,
gargalhando intimamente de tanta satisfação,
o senhor deste universo, após cumprido o próprio encargo,
sopra bênção e paz imensa na paisagem oração.
Imagino, à noite, a lua, nessas águas, refletida,
sendo causa para inveja ao sol que brilha nas manhãs,
pois que chega acompanhada de estrelas bem vestidas
e com broche em diamante, todas gêmeas irmãs.
Me pergunto, preocupado, vendo o belo paraíso,
qual rumo lhe será dado pelo então destinatário,
pois se sabe, de antemão, quão minúsculo é seu juízo,
ante tão rico tesouro, será ele perdulário?
em demasilva
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