terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Moça triste

dema


Prende-se, meu olhar, em tua face,
a implorar por um natural sorriso,
aquele, pelo qual perco o juízo
e então meu coração logo desfaz-se.

Se acaso descobrisse em tua alma
indício de qualquer laço comigo,
faria do meu peito bom abrigo,
recanto em que todo rancor se acalma.

Cerram-se, de repente, tuas pálpebras,
janelas que te escondem deste mundo,
tornando meu pensar mui mais profundo
em busca da razão de tuas tênebras.

Quisera ser-te espelho de temores,
o muro onde fazeres mil lamentos,
semideus pra minguar teu sofrimento,
solvente a dissolver os dissabores.

E, num passe de mágica, depois,
quais pássaros tocados pela brisa,
cumprindo o que previra a profetisa,
no espaço, vagaríamos nós dois.

Que dizes, melancólica princesa?
Não me ouves nem olhas, mal me sentes; 
daí, como saber o que pretendes
ou reténs para mim grande surpresa?




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