dema
Prende-se,
meu olhar, em tua face,
a
implorar por um natural sorriso,
aquele,
pelo qual perco o juízo
e então
meu coração logo desfaz-se.
Se
acaso descobrisse em tua alma
indício
de qualquer laço comigo,
faria
do meu peito bom abrigo,
recanto
em que todo rancor se acalma.
Cerram-se,
de repente, tuas pálpebras,
janelas
que te escondem deste mundo,
tornando
meu pensar mui mais profundo
em
busca da razão de tuas tênebras.
Quisera
ser-te espelho de temores,
o
muro onde fazeres mil lamentos,
semideus
pra minguar teu sofrimento,
solvente
a dissolver os dissabores.
E,
num passe de mágica, depois,
quais
pássaros tocados pela brisa,
cumprindo
o que previra a profetisa,
no
espaço, vagaríamos nós dois.
Que
dizes, melancólica princesa?
Não
me ouves nem olhas, mal me sentes;
daí,
como saber o que pretendes
ou
reténs para mim grande surpresa?
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