dema
Cansei-me
de ser
a
epopeia de Camões,
a
garota de Vinicius,
a
pedra de Drummond.
Recuso-me
navio negreiro,
como
me renego fingimento de Pessoa,
a
canção desesperada de Neruda
e
a lírica voz de Cecília.
Cansei-me
de ser luar,
estrelas,
azul
e
mar.
Cansei-me
de ser amar.
Dispenso
dar razão
a
erguer de taças,
repudio-me
alimento das traças.
Longe
de mim ser
o
mármore orvalhado
a
cobrir a tumba fria.
Já
ninguém me abraça,
ninguém
me acaricia.
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