dema
Raivosamente,
fustiga-me, faz dias,
a
sarna própria do fungo da poesia.
Apesar
de maltratá-la a humor suicida,
inferniza-me
agarrada em sobrevida.
Circundam-me
mazelas apodrecidas
em
tons corruptos e mortes fratricidas.
Violáceo
féretro de tocaia ao estro,
pra
consumi-lo com funeral-sequestro.
Na
mente, habitam imagens de terror,
tendo
por causa maldades nunca vistas,
corpos
em vala, espetáculo de horror,
de
que se ufanam covardes terroristas.
O
lodo escuro a feder o podre humano,
aí
mergulhado em busca do óleo negro,
talvez
porque sagrado virou profano,
do
poderoso quer tirar o sossego.
O
engodo, a farra, a ganância de comando,
aflorados
sob nosso olhar patético,
vão
corroendo o meu lado mais poético,
tristeza
de alma em um coração sangrando.
Fica
a poesia tão só como saudade,
pois
não vomito esse mal que assim me invade,
mas,
lá no fundo, sobeja-me esperança:
que
algum dia dele eu nem tenha lembrança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário