dema
Posso afirmar-te, gentil donzela,
quase sempre a tristeza machuca,
sei que a tua te deixa maluca,
mesmo assim continuas mui bela.
Desse olhar perdido no horizonte
jorram mágoas brotadas no tempo.
apesar de tanto contratempo,
desconheces ainda a fonte.
Teu sentir faz-te filha de Hemera
deusa luz, porém, neta de Nix;
brilho e sombras tu trazes à terra,
já de amor és tão só aprendiz.
Se não sabes donde é que ela vem
(e na falta doída de um Bem),
hás de crer vir d’uma companheira,
solidão, que, de toda maneira,
quer ferir fundo o teu coração.
Se, doendo, arrochar o teu peito,
pede a Deus para arrumar um jeito
de encontrares alguma paixão.
Não permitas que tu’alma chore,
vindo a expor tão viva cicatriz
ou repeles quem talvez te adore
e pretenda tornar-te feliz.
Vive a vida tal que graciosa
e jamais tenhas pena de ti;
cromatiza-a com versos cor rosa
junto à minha que a ti prometi.
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