segunda-feira, 31 de março de 2014

Ilusão


dema

Se, de alguém, a ilusão bate à porta
e, bem vinda (o que importa),
aos demais, como resto,
com ou sem protesto,
se opõe e detona.
Imediato prazer, um querer
que não finda,
arraiga-se e, aos poucos, emerge à tona.
Oh que loucos
desejos, sandices,
sim, veras tolices:
voar, voar, voar,
voar como
liberdade ébria no ar,
mente em zigue-zague a planar,
compondo as ideias vazias
um segundo tomo
que não mais se via.
A mim sempre tive que um bem
por sereno que a outrem pertença,
em mão dupla, decreta a sentença:
─ que o ônus se imponha também!
Viver a dois,
pra viver a dois,
sempre o antes igual ao depois.
Ilusão quebra o elo,
cria paralelo.
O que a acolhe, coisa não rara,
quebra a cara,
quebra a cara.

Ver em DEMASILVA

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