terça-feira, 12 de março de 2013

ALVORADA INFERNAL



dema

Pardais e rolinhas em saque ao canil
bicam a comida de três cachorrinhos.
Tamanha algazarra, serão quase mil?
Barulhentos, briguentos, selvagenzinhos,
a comem e espalham por todo o quintal.
É a farra diária, alvorada infernal.

─ Ah, solte os cachorros – alguém sugeria –
que vão depená-los com raivosos dentes.
Pior é que não, de nada adiantaria,
amigos fiéis, espécies diferentes.

Após a comida, mergulham na água.
Sem cuidado algum, a bebem e se banham.
depois os “doguinhos” sequer a encaram
até que se lave a vasilha e a enxague.

Não posso espantá-los, pois para algo servem:
detonam os insetos lá do jardim.
E se não bastasse, o barulho que fazem
expulsa a tristeza que inda mora em mim.

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